quarta-feira, 13 de abril de 2011

Por Um Deus Mais Mundano...


Anda!
Quero te dizer nenhum segredo
Falo nesse chão, da nossa casa
Vem que tá na hora de arrumar...
(Sal da Terra)
Temos vivido nestes dias momentos em que outro modelo de comunidade eclesiástica não só é possível como é urgente que se instaure em nossas relações sociais. Assim, a história humana passa necessariamente por dimensões entre os gênesis e os apocalipses, em um processo longo e contínuo de criação e recriação de si mesmo e do outro em uma relação de espanto e encantamento diante da vida, dos caminhos e descaminhos... Desta maneira, acredito que um Deus mais envolvido com o nosso cotidiano, em cada esquina e praças, feira e mercados, praias e ou clubes... tem muito mais sentido e lugar em nosso século XXI. Ou seja, O Deus do templo precisa também ser percebido e vivenciado nas ruas promovendo justiça social e dignidade humana. Logo, precisamos pensar que Deus é esse que invocamos o seu nome, e ou nós como cristãos estamos a serviço de quem?
O que devemos e podemos fazer é contribuir para a construção de espaços de relacionamentos sociais mais igualitários e acolhedores.
Urge então, que nosso relacionamento com o Cristo de Deus nos torne mais humanos e que a religião em nossa experiência seja para emancipação, para liberdade, para celebração, para a vida... Que junt@s possamos viver e proporcionar o Reino de Deus em todo lugar (um reino humanizador), um Deus que conhece e compreende meu caminhar e estende a mão para a caminhada dizendo-me: Tu és meu (minha)! Levanta-te e anda... Pois, caminhar é preciso e hoje farei grandes coisas não só no templo mais no mundo. Portanto, ficai atento (a)!
Partindo dessa mesma proposta foi que o aniversário da nossa IPU em Muritiba desenrolou-se. Tivemos momentos encantadores e desafiadores para nossa caminhada. Fizemos 25 anos de amor, serviço, partilha... Pensamos no tema: Mundo Palco da Glória de Deus e a divisa em Êxodo. 3.5 “Tira os sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa”. Assim, a proposta era pensar na mundanização de Deus que necessariamente implicaria em outras posturas nossas no e com o mundo. Daí, a terra é santa neste momento não em uma perspectiva geográfica, e sim, porque ela é a pachamama (a mãe terra que nos dá o alimento, que nos dá a vida.
Desta forma, no sábado (02/04/11), tivemos uma noite de louvor com participação de uma banda da igreja do Evangelho Quadrangular (Gov. Mangabeira), cantores da Batista (Muritiba), saudação do moderador do PSVD (Rev. Dagoberto), saudação do representante da ICAR em Muritiba (Sinésio Galvão) e outros(as).
Já no domingo pela manhã, uma programação rica e provocativa nos fazia refletir sobre nossa missão neste chão. Novamente tivemos participação de outras igrejas de nossa cidade (o que alguns chamam de ecumenismo cristão). A reflexão ficou com o Pastor Jorge Nery (Feira de Santana), que impulsionado pelo Espírito nos falou do compromisso com o próximo, de quem Jesus de Nazaré ouviu, sentiu, falou e tocou a vida e clamor dos marginalizados e excluídos pelo poder político-religioso do seu tempo. Também nos falou que Deus transcende o templo e que Ele acontece nos lugares mais inusitados e que nem sempre se encontra nas igrejas (às vezes está do lado de fora querendo entrar (Apocalipse 3.20).
Semelhantemente, o texto bíblico de Êxodos mostra um Deus libertador que sente a dor e ouve o sofrimento das pessoas. Assim, quem é Javé? Quem é Moisés? Estávamos ressignificando nossa identidade enquanto cristãos e cristãs. Daí, após uma palavra de vida e libertação nos preparamos para a eucaristia... Um momento lindo! O Rev. João Dias conduziu o primeiro momento lembrando-nos de alguns poetas que falavam da saudade. A ceia é a hora da saudade dizia João Dias e a melhor maneira de matar a saudade é com um encontro. E, o pão e o vinho representam este encontro com Jesus de Nazaré. Nesse momento, eu chamei os pastores presentes para distribuição dos elementos, a saber: Pr. Jônatas (PIB em nossa cidade) Pr. Edvaldo (Evangelho Quadrangular nossa cidade) e o Pr. Jorge Nery (Feira de Santana). Sem dúvida alguma foi um momento encantador. Que maravilha!
Por fim, após alguns cânticos, avisos e abraços comemos um delicioso bolo e bebemos refrigerante. Assim, nos renovamos diante do Criador, da vida e enchemos o coração de esperança para juntos (as) construirmos este reino de Deus que é acolhedor e transformador de estruturas que oprimem e manipulam a vida e o bem comum.
Forte Abraço, obrigado à tod@s que participaram e até o próximo...
Rev. Cláudio Márcio

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