domingo, 13 de novembro de 2011

SÉRIE: Petiscos de Espiritualidade


QUEM SOU “EU MESMO”?
Moisés viu que o espinheiro estava em fogo,
porém não se queimava.
Êxodo 3.2
Querida Igreja,
Saúde!

Lá vai Moisés, parábola de todos nós, o menino que foi tirado das águas (Êxodo 2.10). Para o deserto, foge (Êxodo 2.16). Ele, que sempre pensara ser egípcio, descobre-se hebreu. A partir daí, uma crise se instala nele e lá do fundo de sua alma irrompe uma voz inquieta, dizendo: - “Quem sou “eu mesmo”? Então... onde encontrar a resposta? Após muito vagar, Moisés pára na Montanha de Deus e, pela primeira vez, encontra-se com “Aquele que é”, que em hebraico significa também “Serei o que serei” (Êxodo 3.14-15). Moisés vê algo inusitado: uma sarça que arde em chamas sem ser consumida pelo fogo (Êxodo 3.3). Como um menino curioso, ele aproxima-se para ver mais de perto, como que querendo tocar/possuir o Mistério. De repente uma voz irrompe, lá onde a alma silencia, dizendo: “- Pare aí e tire as sandálias, pois o lugar onde você está é um lugar sagrado.” A ordem é clara: “Pare aí”. Parar para avaliar e iniciar novos caminhos. Parar de se preocupar com os afazeres do dia-a-dia (Êxodo 3.1). Então, numa demonstração de reverência, Moisés “folga os nós do sapato”, como diz Gilberto Gil, e rende-se à voz d’Aquele que fala do Espinheiro: espinheiro-sarça, espinheiro-em-mim (cf. II Aos Coríntios 12.7-10). E mais: ao tirar as sandálias, de certa forma Moisés renuncia a toda tentativa de buscar por si mesmo resposta à sua pergunta. Por isso, a terra árida do deserto, tida por muitos como má, torna-se agora santa: espaço sagrado para o encontro com Deus (Êxodo 3.5; cf. Josué 5.15). Assim, com temor e tremor, ele cobre o rosto num gesto de reconhecimento de que seus olhos não podem abarcar todo o Mistério do Deus (Êxodo 3.6). No entanto, ao encontrá-lo, Moisés encontra-se. Descobre-se servo, pronto para retornar ao Egito e anunciar aos irmãos o que Deus lhe fez.E você, já perguntou a Deus quem é você mesmo? Perguntea Ele e você se surpreenderá com a resposta.
rev. Cláudio da Chaga Soares
Cor meumtibioffero Domine prompte et sincere.
O meu coração ofereço-Te, ó Senhor, pronto e sincero.

(Este texto é parte de uma série de reflexões chamadas: Petiscos de Espiritualidade, palavras pastorais dirigidas à Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória e que encontram-se também no sítio desta igreja.)

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