Conselho Coordenador da IPU
SOBRE A IGREJA EVANGÉLICA, O DEPUTADO MARCO FELICIANO, A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E MINORIAS E A DEMOCRACIA BRASILEIRA
O
Conselho Coordenador da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil – CC-IPU
torna público seu pronunciamento a respeito da recente discussão em
torno da presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da
Câmara dos Deputados ocupada pelo deputado Marco Feliciano.
Este pronunciamento é consequência do coerente histórico desta igreja, herdeira da Reforma Protestante, ramo presbiteriano originário do trabalho missionário do Reverendo Ashbel Green Simonton, em 1859, fundador do presbiterianismo no Brasil. A IPU se originou de homens e mulheres, pastores e leigos sob a perseguição eclesiástica e política instaurada no Brasil a partir da década de 1960, que ceifou vidas de pastores e de leigos ministros religiosos e eclesianos. Dentre seus membros de primeira hora, conta-se o Reverendo Jaime Wright, defensor incondicional dos direitos humanos e participante do projeto “Brasil: Nunca Mais”, junto com Dom Paulo Evaristo Arns.
Este pronunciamento é consequência do coerente histórico desta igreja, herdeira da Reforma Protestante, ramo presbiteriano originário do trabalho missionário do Reverendo Ashbel Green Simonton, em 1859, fundador do presbiterianismo no Brasil. A IPU se originou de homens e mulheres, pastores e leigos sob a perseguição eclesiástica e política instaurada no Brasil a partir da década de 1960, que ceifou vidas de pastores e de leigos ministros religiosos e eclesianos. Dentre seus membros de primeira hora, conta-se o Reverendo Jaime Wright, defensor incondicional dos direitos humanos e participante do projeto “Brasil: Nunca Mais”, junto com Dom Paulo Evaristo Arns.
Em vista desses fatos, o CC-IPU:
1 - Afirma:
• A democracia representativa é a forma de governo que melhor se aproxima do ideal em um mundo desequilibrado e injusto;
• É essencial o respeito às instituições democráticas, que só o serão se reguladas por legislação justa, equilibrada e sensata;
• Não ser compatível com a democracia o cerceamento da palavra e o uso da violência física ou verbal;
• A todos os políticos eleitos cabe o direito de exercer o mandato em sua plenitude, trabalhando dentro das responsabilidades que lhes forem outorgadas por voto popular e dos seus pares.
• É essencial o respeito às instituições democráticas, que só o serão se reguladas por legislação justa, equilibrada e sensata;
• Não ser compatível com a democracia o cerceamento da palavra e o uso da violência física ou verbal;
• A todos os políticos eleitos cabe o direito de exercer o mandato em sua plenitude, trabalhando dentro das responsabilidades que lhes forem outorgadas por voto popular e dos seus pares.
2 - Esclarece à sociedade em geral:
• Que
a igreja protestante, mais conhecida pelo termo “evangélica”, é um dos
três grandes ramos da Igreja de Jesus Cristo, composta por todos/as
aqueles/as que O reconhecem como Senhor e Salvador. Este ramo nasceu com
a Reforma do século XVI, que fez originar uma ampla diversidade de
comunidades de fé autônomas, que, paralelamente às semelhanças, têm
posturas teológicas divergentes em assuntos não centrais;
• Que não há, no Brasil, nenhuma entidade ou associação que represente ou fale em nome de todas as igrejas descendentes da Reforma e que não há nenhum político nem bloco de políticos, em especial o chamado “Bloco Evangélico”, autorizado a se pronunciar em nome da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil – IPU ou do conjunto dos/as cristãos/ãs protestantes.
• Que não há, no Brasil, nenhuma entidade ou associação que represente ou fale em nome de todas as igrejas descendentes da Reforma e que não há nenhum político nem bloco de políticos, em especial o chamado “Bloco Evangélico”, autorizado a se pronunciar em nome da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil – IPU ou do conjunto dos/as cristãos/ãs protestantes.
3 - Defende:
• Que
o/a cristão/ã que aceita o mandato político, deve fazê-lo em benefício
do bem comum e não por seu interesse pessoal ou de suas próprias
estruturas eclesiásticas, o que lamentavelmente não se pode verificar
nas chamadas operações Sanguessuga, Entre Irmãos e Pandora, nas quais se
verificou a presença de deputados intitulados evangélicos;
• Que a ética cristã deve ser explicada e proposta democraticamente como alternativa e jamais imposta, pois, para o cristão, ela é uma consequência natural de sua opção religiosa, do novo nascimento, livremente abraçada como resposta à Graça divina;
• Que os princípios religiosos das diversas igrejas cristãs devem ser respeitados e suas cerimônias litúrgicas devam ser imunes à interferência estatal ou de pessoas alheias a estes princípios e que seus ministros religiosos não venham a ser vítimas da violência de agirem contra suas próprias consciências.
• Que a ética cristã deve ser explicada e proposta democraticamente como alternativa e jamais imposta, pois, para o cristão, ela é uma consequência natural de sua opção religiosa, do novo nascimento, livremente abraçada como resposta à Graça divina;
• Que os princípios religiosos das diversas igrejas cristãs devem ser respeitados e suas cerimônias litúrgicas devam ser imunes à interferência estatal ou de pessoas alheias a estes princípios e que seus ministros religiosos não venham a ser vítimas da violência de agirem contra suas próprias consciências.
4 – Alerta:
• Que
o deputado Marco Feliciano defende uma agenda política própria, que
interessa a um grupo restrito de brasileiros, muitos deles denominados
evangélicos;
• Que, embora qualquer deputado tenha o direito de exercer a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, considera-o sem condições políticas para o pleno exercício deste cargo;
• Que, não obstante reconheça que o eleitorado do deputado Marco Feliciano seja composto por evangélicos, nega que ele, ou qualquer político, bloco parlamentar ou partido, represente todos os evangélicos brasileiros e lamenta seu despreparo teológico, vergonhosamente demonstrado na sua defesa da interpretação da origem dos povos africanos e no desconhecimento e desrespeito aos direitos das minorias.
• Que, embora qualquer deputado tenha o direito de exercer a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, considera-o sem condições políticas para o pleno exercício deste cargo;
• Que, não obstante reconheça que o eleitorado do deputado Marco Feliciano seja composto por evangélicos, nega que ele, ou qualquer político, bloco parlamentar ou partido, represente todos os evangélicos brasileiros e lamenta seu despreparo teológico, vergonhosamente demonstrado na sua defesa da interpretação da origem dos povos africanos e no desconhecimento e desrespeito aos direitos das minorias.
O
CC-IPU conclama o povo de Deus que se reúne nesta igreja que se una em
oração e esforços, para que tenhamos uma sociedade brasileira justa, em
que todos os cidadãos e cidadãs tenham seus direitos e liberdades
individuais respeitados e que, cada vez mais, pelo nosso testemunho de
verdadeiro amor cristão, mais e mais vidas venham ao pleno conhecimento
da Verdade, a saber Jesus Cristo, Nosso Senhor.
Este Pronunciamento poderá ser revisto ou revogado pela Assembleia Geral da IPU.
Vitória/ES, 19 de abril de 2013.
Vitória/ES, 19 de abril de 2013.
Presbª Anita Sue Wright Torres – Moderadora
Rev. Dagoberto Santos Pereira – Vice-Moderador
Presb. Wertson Brasil de Souza – 1º Secretário
Rev. Luciano Fuly – 2º Secretário
Presb. Obadias Alves Ferreira - Tesoureiro
Rev. Dagoberto Santos Pereira – Vice-Moderador
Presb. Wertson Brasil de Souza – 1º Secretário
Rev. Luciano Fuly – 2º Secretário
Presb. Obadias Alves Ferreira - Tesoureiro