LIÇÃO 01: ANTES DA QUARESMA, A FESTA DOS FOLIÕES.
rev. Cláudio da Chaga Soares (IPU)
Texto base: Ester 9:20-32
LEITURA SEMANAL
SEG | TER | QUA | QUI | SEX | SÁB |
“Que bela figura fez hoje o rei de Israel!” | “Dia de alegria e de banquetes e dia de festa” | “Então, a virgem se alegrará na dança” | “Aí está um comilão e beberrão!” | “E começaram a festejar” | “Nós também seremos transformados” |
II SAMUEL 6.12-23 | ESTER 9.16-32 | JEREMIAS 31.1-14 | MATEUS 11.16-19 | LUCAS 15.11-31 | I CORÍNTIOS 15:51-58 |
INTRODUÇÃO
Alguma vez você parou para refletir sobre a razão de a festa do Carnaval antecipar a quadra da Quaresma no nosso calendário? Já se perguntou se há alguma motivação pedagógica para isto? Como cristãos reformados, o que podemos aprender com tal festividade como crítica à nossa herança puritana de recorte dicotômico – que valoriza as coisas da alma e vê com maus olhos as coisas do corpo – e, por isso, na maioria dos casos, de postura moralista ou legalista? Portanto, nosso estudo desenvolver-se-á em três partes, a saber: 1) A Festa dos Foliões; 2) O escândalo do Deus que dança; e, 3) O Homo Festivus: resgate e antecipação da Ressurreição do Corpo.
1. A FESTA DOS FOLIÕES
Harvey Cox, teólogo reformado e professor em Havard, em seu livro The feast of fools, em português foi publicado com o nome A festa dos foliões[1], apresenta-nos a Festa dos Foliões, também chamada de a Festa dos Loucos, como uma espécie de carnaval da Idade Média em que o lumpesinato e:
[...] até padres geralmente piedosos e cidadãos ordeiros colocavam máscaras grotescas, cantavam insinuantes modinhas e, numa palavra, mantinham todo mundo em suspenso por suas sátiras e folias.
E mais, era incentivado pelos padres que compunham o baixo clero:
Componentes do baixo clero lambuzavam a cara, estadeavam por aí em trajes reservados a seus superiores e arremedavam os pomposos rituais da Igreja e da Corte. Às vezes escolhia-se um príncipe da bagunça, um rei-palhaço ou um bispo-garoto para presidir os eventos. Em alguns lugares, o bispo-garoto até parodiava a celebração duma missa. Durante a Festa dos Foliões, não havia costume nem convenção social que não se expusesse ao ridículo subtrair-se à sátira.
Por seu conteúdo crítico social, COX destaca que:
A Festa dos Foliões não era nunca prestigiada pelas classes privilegiadas, mas antes condenada e critica sem cessar. Mas a despeito dos esforços de gente de Igreja que se via atingida, e duma condenação formal baixada, em 1941, pelo concílio de Basiléia, a Festa dos Foliões sobreviveu até o século dezesseis, quando então, na época da Reforma e Contra-Reforma, foi esmorecendo gradativamente.
Tal festa ocorria em dois períodos distintos. O primeiro, cerca de 15 dias antes da celebração do Ano Novo Judaico. O segundo, na semana que antecipava o início da Quaresma tendo seu término na Quarta-Feira de Cinzas. Como veremos a seguir, tais datas sofrem influência da FESTA DE PURIM registrada no livro de Ester. No entanto, o que se celebra em Purim? Segundo HAMILTON:
Com base em Ester 9.20-28 fica-se sabendo que o Purim foi uma festa instituída por Mordecai para comemorar o fato de os judeus terem sido livrados da trama de Hamã para matá-los. A observância de Purim foi instituída depois que Hamã lançou sortes para determinar o mês em que devia ocorrer a matança. Ester 3.7 diz que Hamã, já tendo-se decidido pelo pogrom, consultou as sortes apenas para saber o dia mais propício para extirpar a raça dos Mordecai. A LXX acrescenta ao TM as seguintes palavras: “E a sorte recaiu sobre o dia catorze do mês de adar” (março/abril); ou seja, o decreto iria entrar em vigor quase um ano depois de sua promulgação original. Alguém há de perguntar: por que Hamã expediu o decreto com quase 12 meses de antecedência em relação à data proposta para a matança? Seria exagero ver nessa decisão incomum de Hamã a mão soberana de Deus uma vez mais protegendo os seus filhos, muito embora estivessem exilados?[2]
O livro de Ester registra que tais dias deveriam ser de “descanso” (Shabat: cf. Gênesis 2.1-3; Aos Hebreus 4), “dia de alegria e de banquetes e dia de festa e de mandarem porções dos banquetes uns aos outros” (Ester 9.17,19). Dia de celebração pois “se lhes mudou de tristeza em alegria, e de luto em dia de festa” (Ester 9.22a) . Dia de tomada de uma profunda consciência e responsabilidade social com os pobres (Ester 9.22b) e de desejo constante de conversão: aqui representados pela prática do jejum e de lamentações (Ester 9.31). Ainda, a Bíblia Sagrada – Tradução da CNBB traz um comentário exegético ao texto de Ester 9.20-32 que ajudar-nos-á a perceber a correlação entre a festa do Carnaval e seu propósito pedagógico com a celebração da Quaresma:
Quinze dias antes do fim do ano persa e judaico, celebrar-se-á a festa de Purim (Sortes), em comemoração da desforra dos judeus. Na realidade trata-se da antiga festa do fim do inverno, fev.-março, que na Europa deu origem ao carnaval. O nome da festa, Purim (= Sortes), significa a inversão das sortes (do tempo meteorológico), agora aplicada aos judeus: antes oprimidos, agora vencedores.[3]
Concluindo, a Festa dos Foliões adapta à sua realidade a Festa de Purim, também chamada de Festa de Desforra, como antessala da Quaresma e apresenta, como personagem principal, o marginalizado agora senhor da sua história (“antes oprimidos, agora vencedores”). Como aperitivo, celebra a ironia, a crítica social, expõe a nudez do rei; despe o que se acha santo ao revelar sua pecaminosidade. Tempo de ir à desforra para na Quarta-Feira de Cinzas se silenciar, calar, pedir perdão: dia de jejum e lamento.
2. O ESCÂNDALO DO DEUS QUE DANÇA
Recentemente William Young, em A Cabana, provocou certa inquietação em algumas comunidades evangélicas ao retratar Deus-Pai como uma mulher negra, gorda e sorridente que gosta de dançar e ouvir música. Vejamos um trecho do livro:
Mack foi em direção ao cantarolar baixo e chegou a uma copa-cozinha onde havia uma mesa com quatro lugares e cadeiras de encosto de vime. [...] Papai estava trabalhando em alguma coisa, de costas para ele, com farinha voando enquanto se balançava ao ritmo da música ou do que quer que estivesse escutando. A canção obviamente acabou, marcada por duas últimas sacudidas de ombros e quadris.[4]
Podemos entender a razão desta inquietação. O pensamento cristão ocidental sofreu grande influência de dois pensadores gregos: Platão e Aristóteles. A idéia de Platão acerca do corpo, relida pelo neoplatonismo agostiniano, será desenvolvida no próximo ponto do nosso estudo, quando dissertaremos sobre a ressurreição do corpo. Contudo, posso adiantar uma coisa somente: não é nada boa. Por sua vez, a idéia de Aristóteles de ser Deus como um “motor imóvel”, presente nos capítulos IX, 5-6 e XII,6-7 da Metafísica, relida por Tomás de Aquino e identificada com a idéia cristã de Deus, além de formatar Deus o engessou. Para Aristóteles todo movimento é o abandono de uma forma e o recebimento de outra. Ou seja, em relação a substância, movimentar é CORROMPER-SE. Por isso o estranhamento ou escândalo de alguns cristãos com a idéia de um Deus que dança:
Sabemos que tudo no universo é uma dança universal, desde a dança das partículas do átomo e das moléculas, até o giro dos planetas, das estrelas e constelações. Aristóteles, há dois mil e quatrocentos anos, teve a mesma visão do universo ao afirmar que “Deus foi o primeiro a provocar essa dança dos seres, embora ele mesmo não dance. Ele é imóvel, mas impulsionou tudo o que se movimenta”. Um engano de Aristóteles. Ele pensava que fosse uma imperfeição se Deus dançasse. Como pode ele fazer tudo dançar, sem deixar de entrar na dança?[5]
Eis a razão de Nietzsche, um dos três “mestres da suspeita” [6], declarar que só podia crer num Deus que dançava. Desta forma, acusava o cristianismo de ter convertido Deus em um “rival”[7] do ser humano e seu evangelho libertador como uma forma de opressão: um dysangelion.[8] No entanto, o evangelista Mateus afirma que a sociedade da época de Jesus – como também qualquer outra sociedade e em qualquer tempo – é insensível à musicalidade e à dança, por não acolher a oferta da GRAÇA (Mateus 11.16-19). E mais, São Lucas, no capítulo 15.11-31, compara a ação de Deus à ação do PAI MISERICORDIOSO (vv. 20b, 23-24), que festeja o retorno do filho que partiu e exorta ao filho, que sempre esteve com ele, a que desenvolva uma relação filial - de quem se sabe acolhido em amor - e não servil (vv. 29-32). Ah! Para terminar esse ponto do nosso estudo, uma curiosidade. A palavra Deus em hebreu é la (’el), e sua etimologia, presente na sonoridade AL-EL-IL-OL-UL, está ligada às idéias de: 1 - FORMA VERBAL: girar, voltar, rodopiar, saltar, pular, dançar, movimentar; 2 – SUBSTANTIVO: altura, expansão, música , sino e som. Ainda, no texto de Gênesis 1.2, Deus voa e revoa (RAHAF) sobre as águas como que dançando sobre a face do abismo. E mais,
Deus aparece a Moisés na sarça ardente, no meio das chamas. Os cristãos dizem que ele desceu sobre os apóstolos no dia de Pentecostes em forma de línguas de fogo, ao som dum vento impetuoso. Repare bem: AVE VOANDO e REVOANDO, CHAMAS CREPITANDO e RETORCENDO-SE, VENTO SOPRANDO, ASSOBIANDO, RODOPIANDO. Quem é que dança mais que a AVE, o FOGO e o VENTO?[9]
As imagens de Deus como “ave, fogo e vento” são palavras-metáforas que expressam a idéia do Deus que dança: não apreendidas por Nietzsche, reveladas pela GRAÇA, porém. Portanto, uma vez que a própria Bíblia revela-nos a face do DEUS FESTIVO, acredito que temos subsídios suficientes para o resgate de uma das dimensões do ser humano, imago Dei, que é a sua capacidade de festejar, celebrar e, assim, viver no agora, antecipadamente, a festa da ressurreição do corpo.
3. HOMO FESTIVUS: RESGATE E ANTECIPAÇÃO DA RESSURREIÇÃO DO CORPO.
Como antecipei no bloco anterior, no tocante à corporalidade, o cristianismo do Ocidente, neoplatônico e agostiniano, releu alguns princípios centrais do pensamento de Platão, cristianizando-o e adaptando-o à sua intenção teológica. Um dos pontos foi a teoria das idéias de Platão que partem da compreensão de que “o processo de conhecimento se desenvolve por meio da passagem progressiva do mundo das sombras e aparências para o mundo das idéias e essências.” [10] Assim, o conhecimento, para ser autêntico, deve ultrapassar a esfera das impressões sensoriais [coisas do corpo], o plano da opinião, e adentrar na esfera racional da sabedoria, o mundo das idéias [identificado por Santo Agostinho como as “coisas” da alma]. Daí, conclui-se: a alma é superior ao corpo. Cotrim apresenta-nos a apropriação de Platão feita pelo Bispo de Hipona:
Agostinho defendeu a superioridade da alma humana, isto é, a supremacia do espírito sobre o corpo, a matéria. A alma teria sido criada por Deus para reinar sobre o corpo, para dirigi-lo à prática do bem. O homem pecador, entretanto, utilizando-se do livre-arbítrio, costuma inverter essa relação, fazendo o corpo assumir o governo da alma. Provoca, com isso, a submissão do espírito à matéria, equivalente à subordinação do eterno ao transitório, da essência à aparência. [11]
Neste ponto, embora reconheça as grandes contribuições de Agostinho à reflexão teológica, o Bispo de Hipona foi infeliz e nada bíblico. A resultante desse discurso é que o corpo - e as coisas do corpo - foram identificados com a sa,rx [sarks: carne] paulina. O corpo, “templo do Espírito” (I Aos Coríntios 6.19-20), portanto belo, tornou-se algo feio e ruim. Um animal feroz a ser dominado e subjugado.[12] No entanto, é essa a compreensão bíblica da corporalidade? Se sim, por que Paulo proclama em alto e bom som que o que ressuscita é o corpo e não a alma? São as coisas do corpo, coisas da sa,rx [sarks]? A Escritura Sagrada testemunha que o corpo é bom. O Eterno, após criar o ser humano, viu que era “muito bom” (טֹוב מְאֹד - Gênesis 1.31). Em Gênesis 2.7,22, Deus, como um artesão, com suas próprias mãos, cria e dá forma ao corpo humano. Ainda, o corpo é tão belo que há um livro que canta a sua beleza: Cântico dos Cânticos. Em Jesus, os corpos doentes e possuídos por demônios são curados e dignificados: há vários relatos de cura no Novo Testamento. O evangelista João, rebatendo os gnósticos docetas, afirma que Deus mesmo, a PALAVRA, encarnou-se, literalmente, “armou tendas”, assumindo nossa humanidade (João 1.14): por isso, os cristãos celebram o Natal – a Festa da Encarnação.
É assim: neste corpo tão pequeno, tão efêmero, vive um universo inteiro, e, se ele pudesse, bem que daria a sua vida pela vida do mundo. No nosso corpo se revela o desejo de Deus. Afinal de contas, o que nos segreda a doutrina da encarnação é que Deus, eternamente, quis ter um corpo como o nosso. Você já pensou nisto? Que no Natal o que se celebra é o nosso corpo, como coisa que Deus deseja.[13]
Em Paulo, a ressurreição do corpo é celebrada com alegria e de forma antecipada. Veja que bela letra, de uma antiga canção cristã, que o Apóstolo das Nações registra em uma de suas cartas: Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. (I aos Coríntios 15.54-57). Nele, o corpo é chamado de “templo do Espírito” (I aos Coríntios 6.19-20), “Corpo-Casa-Cosmos”[14], local onde Deus habita. Por isso, a exortação para que não o coisifiquemos (I aos Coríntios 6.13-15). Na teologia paulina, já participamos da ressurreição do corpo através do Batismo (Aos Romanos 6.1-14) e, por ele, somos imersos no Corpo de Cristo: a sua Igreja (I aos Coríntios 12.12-31). Quanto à confusão dos termos corpo e sa,rx [sarks] (carne), presente no neoplatonismo agostiniano, faz-se necessário um esclarecimento. A palavra sa,rx, quando contrastada a Espírito, expressa a idéia de “desejo egoísta” (cf. aos Gálatas 5.16-21; aos Romanos 8.1-11). Eis o motivo de Paulo, na parte final de aos Gálatas 5.26, exortar os crentes da Galácia a que “não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros”. Portanto, os desejos da sa,rx nada tem a ver com os desejos do corpo. E mais, Paulo, como bom judeu, compartilha da idéia de que o corpo (sw/ma: sôma) designa o ser humano todo, indivisível.
O fato de que sw/ma pode designar o corpo bem como o ser humano todo, a pessoa, baseia-se num modo de pensar corrente no AT (onde vale a mesma coisa para rfb [baśar]), bem como no judaísmo. Esse modo de pensar se compreende a partir do fato de que, para o ser humano, o corpo não é uma coisa como os objetos do mundo exterior, mas justamente o seu corpo, que lhe é dado e ao qual está entregue. É em seu corpo que ele faz tanto a experiência primária de si mesmo, quanto se depara com sua sujeição a poderes estranhos em primeiro lugar em sua dependência corporal deles.[15]
Em outras palavras, Paulo, em seu ensino sobre a ressurreição do corpo, destoa do discurso dualista, presente, até hoje, na nossa herança cristã agostianiana e reformada:
Portanto, Paulo não distinguiu, de modo dualista, o eu do ser humano (a “alma”) do sw/ma corporal como um envoltório que não lhe é adequado, como uma prisão, e sua esperança não vai no sentido de uma libertação do eu da prisão do corpo, mas no sentido da ressurreição somática ou da transformação do sw/ma sujeito à sa,rx em um sw/ma pneumático, isto é, governado pelo pneu/ma [pneuma: Espírito]. Assim como a salvação em relação ao sw/ma tou/ qana,tou [corpo da morte], esperada ansiosamente em Rm 7.24, significa a liberação em relação à sa,rx [...], assim a avpolu,trwsij tou/ sw,matoj [redenção do corpo], esperada em Rm 8.23 – caso não se tenha em mente a redenção do corpo, e sim realmente na redenção em relação ao corpo - , é a redenção em relação ao corpo sárquico, isto é, à sa,rx.[16]
Finalizando, os cristãos já podem celebrar, como nova humanidade redimida em Cristo, a Ressurreição do Corpo: corpo livre do poder do eu, homo festivus, porém.
PERGUNTAS ORIENTADORAS:
1) Qual é a razão de a festa do Carnaval antecipar a quadra da Quaresma no nosso calendário? Qual é a sua motivação pedagógica?
2) Qual é a relevância, para a prática cristã, a imagética de um Deus que dança?
3) “Não só a alma do mal salvar / Também o corpo ressuscitar”: corpo e corporalidade como desafios à missão da Igreja
[1] COX Harvey. A festa dos foliões: um ensaio teológico sobre festividade e fantasia. Petrópolis: Vozes, 1974, p.11.
[2] HAMILTON, Victor P. rwp (pûr) sorte. In: HARRIS, R. Laird; ARCHER, JR, Gleason L; WALTKE, Bruce K (Orgs.). Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento. Tradução de Márcio Loureiro Redondo, Luiz A. T. Sayão e Carlos Osvaldo C. Pinto. 2. Ed. São Paulo: Vida Nova, 1998, p. 1208.
[3] BÍBLIA SAGRADA – Tradução da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Introduções, notas e vocabulário: Johan Konings. São Paulo: Loyola, 2002, p. 542.
[4] YOUNG, William P. A cabana.Rio de Janeiro: Sextante, 2008, p. 80-81.
[5] SOUZA, Rômulo Cândido. Palavra, parábola. Uma aventura no mundo a linguagem. São Paulo: Editora Santuário, 1990, p. 35.
[6] Paul Ricoeur popularizou como os três “mestres da suspeita”: Nietzsche, Freud e Marx. Eles foram os descobridores dos novos “continentes” (Althusser) sobre os quais se assenta o específico da modernidade.
[7] Recomendo a leitura: NIETZSCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra. São Paulo: Nova Cultural, 1999, (Coleção Os Pensadores).
[8] Palavra grega cujo significado é má notícia. Cf. QUEIRUGA, Andrés Torres. Do terror de Isaac ao Abba de Jesus. Por uma nova imagem de Deus. São Paulo: Paulinas, 2001.
[9] SOUZA, op. cit., 36.
[10] COTRIM, Gilberto. Fundamentos da filosofia: história e grandes temas.São Paulo: Saraiva, 2000, p. 97
[11] Op. cit., p. 119.
[12] Essa compreensão agostiniana de descaso com o corpo é que possibilitou, de certa forma, tanto na sociedade escravagista como na industrial-capitalista, a exploração do corpo, sua comercialização e total desvalorização. Segue uma citação: Pensamos encontrar Deus onde o corpo termina: e o fizemos sofrer e o transformamos em besta de carga, em cumpridor de ordens, em máquina para o trabalho, em inimigo a ser silenciado, e assim o perseguimos, ao ponto do elogio da morte como caminho para Deus, como se Deus preferisse o cheiro dos sepulcros às delicias do Paraíso. E ficamos cruéis, violentos, permitimos a exploração e a guerra. Pois se Deus se encontra para além do corpo, então tudo pode ser feito ao corpo. In: ALVES, Rubem. Creio na ressurreição do Corpo. Meditações. São Paulo: Paulus, 1984, p.8.
[13] ALVES, op. cit., p. 7.
[14] A expressão “Corpo-Casa-Cosmos” foi empregada por Mircea Eliade e, a cito, por entender que tal terminologia poderá nos auxiliar no aprofundamento da idéia do corpo como templo de Deus: espaço do Sagrado. Cf. ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano. A essência das religiões. São Paulo: Martins Fontes, 2008, p. 141.
[15] BULTMANN, Rudolf. Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Editora Teológica, 2004, p. 252.
[16] Idem, op. cit., 257-258.
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